domingo, 31 de agosto de 2008

PASIÓN

No me olvides
yo me muero
Amor
mi vida es sufrimiento
Yo
te quiero en mi camino
Por vos
cambiaba mi destino

Ay,
abrázame esta noche
aunque no tengas ganas
prefiero que me mientas
tristes breves nuestras vidas
acércate a mí
abrázame a ti por Dios
entrégate a mis brazos.

Tengo
un corazón penando
Yo sé
que vos lo está escuchando
Con
mil lágrimas te quiero
Pasión
sos mi amor sincero

Ay,
abrázame esta noche
aunque no tengas ganas
prefiero que me mientas
tristes breves nuestras vidas
acércate a mí
abrázame a ti por Dios
entrégate a mis brazos

Ontem à noite, em Ponta Delgada, Rodrigo Leão ao vivo

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A MINHA PRAIA

Praia do Pópulo

É dos dias que passei nesta praia que vou ter mais saudades.
Dos dias como este em que a praia foi praticamente minha.
Houve dias em que aqui estive bem cedo a dar o meu mergulho ainda antes de tomar o pequeno-almoço.
Noutros dias saí daqui já estava a anoitecer.
Foi companheira de risos e brincadeiras. Foi companheira dos dias tristes...
Neste mar vi a serenidade que desejo minha.
Foi a voz deste mar que suavisou a minha dor.
Neste mar me deitei a olhar o céu e senti a paz que um e outro me transmitem.
Foi aqui que recolhi a energia do Sol que guardo para os dias de Inverno.
E quando os dias de Sol se forem, irei dar os meus passeios junto a este mar...meu eterno companheiro.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

NO MURMÚRIO DAS ONDAS


Uma a uma as ondas chegavam de mansinho à praia

No seu murmúrio suave distingui o teu nome

Na maresia o teu cheiro

No seu brilho o dos teus olhos

Na espuma as tuas mãos

Perguntei-lhes por ti

Uma a uma as ondas continuaram a chegar à praia

Contei-lhes um segredo

O meu amor mora no meu peito

domingo, 24 de agosto de 2008

FICO ASSIM SEM VOCÊ

Hoje é esta a minha canção...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

CANÇÕES QUE JÁ NÃO EXISTEM

"Para onde terão ido as nossas maçãs?

"Aquelas maçãs verdes que costumávamos a apanhar despreocupadamente das árvores, pequeninas, calosas, com bichos, tão ricas na textura. Cada uma delas era absolutamente única, irrepetível, inclonável. Estavam todas por ali, à beira do caminho (...). Estávamos todos apaixonados, regra geral pelas pessoas erradas. Por isso, as paixões viviam-se como grandes aventuras todas ainda em aberto, e porque era assim que vivíamos éramos completamente leves.


"Depois ninguém se lembra lá muito bem do que foi que aconteceu, mas de repente já não nos restava a leveza. Como que de um dia para o outro, carregávamos agora nos ombros todo o peso do mundo. A vida era um labirinto de responsabilidades e deveres sem grande sentido, onde já não existiam caminhos e já não cresciam maçãs retorcidas penduradas nos muros. E, dos amores, existiam amarguras que nem sequer tinham nome. Era como se nos tivéssemos acostumado à ideia de que não ia ser bom, e de que nunca existiriam fins felizes.


"E, depois de nos termos habituado, já nos tínhamos mesmo esquecido.


"Já ninguém se lembrava de invocar sequer o conceito de felicidade.


"As canções e fotografias deste livro celebram um tempo outro, com espaço, personalidade, profundidade, e voz, de que ainda nos lembramos perfeitamente mas que já deixou completamente de existir. Nós fizémos parte dele. Ainda o temos cá dentro, fragmentado, enevoado, maltratado, mas a correr-nos nas veias e a temperar-nos a memória, pronto a estalar à superfície quando sentíssemos que já não teríamos nada a perder se nos recusássemos a ir por onde toda a gente vai"



Só Agora


"Era sempre uma tentação tão sedutora. Sabermos que tínhamos chegado aos braços de qualquer desejo sem qualquer futuro possível, e gozá-lo todo, sem pressa nem remorsos, como se fosse evidente que no dia seguinte a chama ainda estaria acesa. A beleza dos momentos que não existem é tão antiga. E está tão ameaçada de extinção(...)




Faz de conta que é só fechar a porta
E o mundo fica do outro lado
Agora eu sou a mais linda da festa
E tu és mesmo o meu namorado


Eu só quero beijar-te mais vezes
Faz de conta que vamos ter filhos
Numa casinha à beira da estrada
Que até tinha lagos com junquilhos


Hoje eu quero dizer para sempre
E viver a pensar só em ti
Faz de conta que é mesmo verdade
Que amanhã ainda estamos aqui


Posso olhar-te de frente nos olhos
Acreditar em tudo o que dizes
E enquanto durar esta noite
Faz de conta que vamos ser felizes


Excertos do livro "Canções que já não exitem" , com poemas de Clara Pinto Correia e fotografias de José Pedro Sousa Dias

domingo, 17 de agosto de 2008

DÚVIDAS



Hoje o céu não foi azul e as nuvens não foram brancas, leves e fofas.
Hoje as nuvens desceram pesadas e colaram-se ao mar.
Um silêncio cinzento envolveu-me e apertou-me lentamente o peito. Não via o céu, não via o mar. Chegou aos meus ouvidos, quase inaudível, o apito abafado de um barco. Estaria a avisar da sua chegada ou estaria a partir? Em dias assim, as dúvidas emergem, descomunais, como monstros marinhos que esticam os seus tentáculos e me rodeiam tentando sufocar.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

ESPERO

Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.
de Sophia de Mello Breyner

terça-feira, 12 de agosto de 2008

PROCURO-TE

Jardim dos poetas de Van Gogh

Palavras...
Mar, céu,
Vento, brisa,
Montes, vales
Jardim onde te passeias
Palavras...
Pintam os teus sentires
Moldam o teu rosto
Dão cor aos teus olhos
Escrevem a melodia da tua voz
Palavras...
Emerges do meio delas
Sinto a tua mão
No lado esquerdo do meu peito
Encontras-me

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

...

Esta noite brilha, pela primeira vez, uma estrela no céu.

MILAGRE


Algures na minha adolescência explicaram-me que para os católicos um milagre era um sinal visível do amor de Deus. Ilustraram esta definição com uma história que nunca esqueci e que hoje, apesar de não ser crente, mantém-se parte daquilo que sou. Então aqui vai a história que me contaram: Um casal de namorados, muito apaixonados, não se podia encontrar tanto quanto gostariam. A rapariga, afim de diminuir o sofrimento que isto lhes causava, disse ao namorado que todos os dias iria colocar flores na janela do seu quarto em sinal do seu amor por ele. Deste modo, sempre que ele passasse pela sua casa e visse as flores saberia que ela se havia lembrado dele e se mantinha fiel ao amor que sentia. Os transeuntes que por ali passavam ou não viam as flores, ou se reparavam nelas viam simplesmente umas flores numa janela, apenas para o namorado aquelas flores tinham um significado.
Mais do que promessas adornadas por lindas palavras são os gestos que me atraem para as pessoas. São gestos simples, mas repletos de significado, são modos de ser que se mantém e me fazem sentir que posso confiar. São gestos de carinho e de atenção: uma pulseira que alguém me ofereceu por sentir que eu não estava bem, um livro comprado pensando em mim, um e-mail, um sms, um convite para "arejar as idéias", uma caixinha cheia de sonhos ... Por isso, quando cheguei a casa e vi que me tinhas telefonado, aquele número no visor do telefone representava muito mais que uma chamada não atendida!

sábado, 2 de agosto de 2008

PRESENTE

Ao contrário do que me acontece com os papéis, que estão sempre numa grande bagunça, no meu cérebro tem que estar tudo muito organizado. Na penúltima Primavera não conseguia entender o que se estava a passar na minha vida. Tive de parar e durante meses olhei o meu passado, revi imagens, analisei acontecimentos, passados e presentes, peguei neles como se fossem peças de um puzzle e por tentativas, fui-os encaixando até formarem um todo sem espaços vazios. Contemplei demoradamente o resultado: era o quadro da minha vida até àquele momento... era o meu passado compreendido e aceite. Não havia mais nada a fazer no sótão das minhas memórias. Saí, fechei a sua porta e olhei em volta: estava num quarto por onde a luz do Sol primaveril entrava através de largas janelas e portas. Suspirei de alívio... já podia seguir em frente.
Agora, em pleno Verão, sinto-me em paz. Reconheço a importância do meu passado para a construção da pessoa que hoje sou, tenho a certeza que fiz bem em fechar aquela porta - a do sótão - e que a fechei na altura certa, sei que o posso re-visitar quando quiser e que ele não me irá magoar. Sinto-me bem por não me ter deixado ficar prisioneira do meu passado, por ter escolhido uma porta e ter ousado seguir um caminho. Não teria tido esta força se não pudesse contar com o AMOR que sinto que me rodeia, me envolve e me instiga a não parar. Não sei onde termina o caminho que sigo, nem penso que isto seja importante. O importante é seguir este caminho usufruindo de tudo o que me dá. Não mais me irei sentir só, porque tive a sorte (terá sido sorte? dizes que nada acontece por acaso) de nos termos encontrado...