quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

FELIZ NATAL


O milagre acontece quando decidimos proteger quem amamos.


sábado, 6 de dezembro de 2008

A MAGIA DO NATAL



- Tantas bonecas novas! - exclamou a menina de olhos brilhantes e abertos de espanto. Parara à porta da sala, não se atrevendo a entrar. Incrédula olhava as lindas bonecas cuidadosamente dispostas por toda a sala. Só depois reparou no Pai Natal ali mesmo ao lado com um saco cheio de prendas, embrulhadas em papéis coloridos, para a pequenada.


Esta é a recordação que conservo do meu melhor Natal enquanto criança. O impacto da imagem das muitas bonecas (provavelmente não eram assim tantas) espalhadas pela sala foi tão forte que quando relembro aquele Natal a imagem que me surge é a das bonecas, que apesar de saber que eram as minhas bonecas antigas lavadas, penteadas e vestidas com roupas tricotadas e costuradas pelas mulheres da família, durante muitos anos recordei como sendo novas. Os presentes trazidos pelo Pai Natal naquele ano foram relegados para segundo plano.

A preparação para o Natal na minha família começava muito cedo. Muitas das ofertas eram realizadas pela minha mãe, pela minha avó e pelas minhas tias. Era um tal tricotar, costurar, bordar: faziam-se camisolas, bordavam-se biscoiteiras, toalhas, confeccionavam-se cortinados, mantas, naperons para a casinha das bonecas, faziam-se palhaços em lã e bonecas de trapos... enfim era uma azáfema em que os crescidos além de pretenderem surpreender as crianças, procuravam surpreender-se uns aos outros. Depois era a altura de confeccionar os bolos, fazer os torrões de amendoim e açucar, fritar as favas e o grão-de-bico. Apanhavam-se no jardim ramos secos, folhas e pinhas que eram pintados e dispostos em arranjos que decoravam as mesas. A casa cheirava a criptoméria e a bolos de fruta. Todas as tarefas eram realizadas em família e por todo o lado ouvia-se a minha mãe a cantar músicas de Natal. Tudo era preparado com antecedência e cuidado para que quando chegasse a grande noite de vissem os olhos das crianças a brilhar e se ouvissem as suas exclamaçoes de alegria.

Com o passar dos anos o Natal foi perdendo devagarinho o seu brilho. Primeiro deixei de acreditar no Pai Natal, depois a família afastou-se geograficamente e finalmente perdi a fé no Menino Jesus. Hoje não celebro uma festa católica, comemoro o nascimento de um ser humano maravilhoso, que em tempos acreditei ser Deus. Hoje celebro a festa do AMOR.
Agora cabe-me a mim trazer alguma da magia que vivi para a minha casa, é a minha vez de fazer brilhar os olhos dos pequeninos.