segunda-feira, 10 de agosto de 2009

FÉRIAS

Desde o ano passado que me apetece imenso fazer férias fora dos Açores, sem que tal seja possível.
Neste último ano, houve muitos períodos de tempo em que me senti de mãos atadas, sem poder fazer nada, para resolver os problemas que tanto me afiligiram, restando-me apenas esperar e de preferência com paciência. Foi nestas alturas que me apeteceu deixar tudo para trás e viajar. Sempre soube que a minha queria amiga Sandra tinha razão ao afirmar que sair daqui não iria atenuar as minhas preocupações, porque as levaria comigo para onde quer que fosse. Em finais de Junho, quando já não esperava que tudo se solucionasse do modo que desejava, recebi um telefonema a informar-me que havia sido colocado um ponto final em toda a situação. Finalmente pude respirar de alívio! E achei que merecia as minhas tão desejadas férias, mas aquilo que pensamos, às vezes tem tão pouca importância. Por isso, aqui estou na minha ilha, a passar umas férias simultaneamente relaxantes e divertidas. Estão-me a saber muito bem, principalmente porque sinto uma paz que há muito não sentia. Sei que este Verão o lugar ideal para estar é onde estou.


Hoje estive aqui, na Praia de Água D'Alto:


Uma magnífica praia da costa sul da ilha de S. Miguel, onde mesmo num dia de sol de Agosto, podemos passar um dia calmo, acompanhados pelo som do mar e dos pássaros a chilrear na encosta.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

SEMPRE O MAR


Sempre gostei da companhia do mar. Não importa se está azul ou cinzento, se me vem beijar silenciosamente os pés ou se me atira ruidosamente com os seus salpicos, se cheira a algas ou a iodo. Não importa... Sei que está sempre lá, como se estivesse especialmente à minha espera.

Quando acordo com um passarinho a cantar na janela e vejo o céu azul (às vezes sou a única a vê-lo assim), sei que que o meu mar está lá pronto a partilhar a minha alegria. Nestes dias, sou, junto a ele, livre como o golfinho que pula feliz nas suas ondas.

Nos dias em que as palavras esgrimem no meu cérebro, numa batalha ensurdecedora, só o mar é capaz de as calar. Não sei o porquê. Não sei se é de contemplar a sua infinitude e a sua dança constante, se é de ouvir a sua música ou sentir o seu cheiro. Caminho ao seu lado ou sento-me a olhá-lo e a ouvi-lo até que no meu cérebro as palavras sejam substituídas por silêncio. Nestes momentos nada mais existe: só eu e o mar. Depois, desaparece a urgência das decisões e a enormidade dos problemas. Se não os posso resolver de nada me vale pre-ocupar. Às vezes, simplesmente é preciso esperar, outras dar pequenos (ou grandes) passos na sua resolução. O mar não me dá respostas, dá-me calma, uma grande calma.

O meu templo é o mar.