sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

CHEGA-TE A MIM E DEIXA-TE ESTAR




Foi este o livro de que vos falei ontem. Como é um livro de crónicas, depois de ler a introdução, fiz uma coisa que não é meu hábito: comecei a lê-lo aos "pulinhos", uma crónica aqui outra a li. Até já sei como termina. é assim:

 "Na verdade, o mundo interior não divide as pessoas entre as estranhas e as de família. Mas entre os viajantes e os aventureiros, os arquitectos do nosso coração e os alquimistas.
Os viajantes e os aventureiros são pessoas que nos surpreendem de passagem. São como pirilampos que nos dão uma luz e, de seguida, nos desassombram com outra decepção.
Os arquitectos do nosso coração rasgam avenidas ou desvendam planaltos. E guiam-nos. Trazem consigo as revoluções tranquilas que acrescentam outros lugares aos pontos cardeais.
Os alquimistas desconcertam mais. Abrem persianas na nossa alma, dão-lhe sol e transformam-nos para sempre.(Peço-vos que não me perguntem onde fica a alma, porque não sei. Mas, como sabem, dá jeito imaginar um «lugar ao sul» que defina o mais fundo de nós e que não tem definição). Como se não bastasse, os alquimistas percebem que aquilo que distingue as «boas prendas» dos «presentes» são os laços. E nunca nos perguntam se estamos tristes ou aflitos. Antes nos dizem:
«Chega-te a mim... e deixa-te estar»
em "Chega-te a mim e deixa-te estar» de Eduardo Sá

As pessoas são uma "caixinha de surpresas". Pensava que tinha um alquimista na minha vida, que com o tempo, muito tempo, vim a descobrir que apenas era um viajante. No momento em que fiz essa descoberta encontrei alguns arquitectos que se te têm mantido ao meu lado. Costumo chamar-lhes os meus anjos-da-guarda, porque chegam-se a mim quando mais preciso, sem que lhes tenha enviado qualquer mensagem. Aparecem como por magia. É a magia do amor.