segunda-feira, 27 de julho de 2009

FÉRIAS À PORTA

Na passada sexta-feira, ao fim do dia, rumei até aqui:


Passeei preguiçosamente, ao sabor da vontade, como só é possível quando não existem horários a cumprir.



Saboreei o Sol e o mar.



Aqui nem um nem outro. O primeiro ficou escondido por umas nuvens e o segundo infestado por "caravelas".



Encantei-me com esta baía de águas quentes e límpidas. Fiquei fascinada pela sua beleza e pela calma que lá encontrei. Tenho a certeza que lá voltarei com mais tempo.
(Fotos tiradas pelo meu filho mais velho.)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"O AMOR É"

"Isto já não é a paixão cega, mas é algo suficientemente forte que me impede de apaixonar por outra pessoa. E ter essa certeza é magnífico..."

Frase proferida por Júlio Machado Vaz no progama "O amor é", com o tema
"O amor sobrevive ao tempo e à distância?"

É possível ter esta certeza? Durante quanto tempo?
A paixão é algo incontrolável ou podemos impedir que ela aconteça?

terça-feira, 7 de julho de 2009

"O LEITOR"





Infelizmente não consegui ver o filme (esteve em exibição em Ponta Delgada apenas durante uma semana que por azar mau coincidiu com uma altura de muito trabalho), mas adorei ler o livro. A sua leitura foi também um regresso ao meu passado, à minha adolescência, aos dias em que me embrenhava na leitura de romances sobre a II Guerra Mundial. Tudo começou com a leitura do Diário de Anne Frank que me impressionou deveras, depois seguiram-se livros como Mila 18, Última Batalha, Exodus, Segunda Vitória, entre muitos outros. Durante algum tempo este tipo de leitura foi o meu preferido, e sem algum tipo de critério lia todos os livros que encontrava. Indignava-me com a segregação do judeus, com o seu isolamento em guetos e com as condições terríveis em que viviam, com os horrores vividos nos campos de concentração, tornava-me defensora do seu êxodo para a Palestina... Acima de tudo assustava-me a crueldade do homem e a total falta de respeito pela dignidade que um homem pode ter para com um ser seu semelhante.
Este é um livro diferente, desde logo porque a acção desenrola-se no pós-guerra (bem posterior ao pós-guerra imediato de Segunda Batalha) e mais do que um livro sobre a Guerra é um livro sobre como lidar com a culpa que ficou na geração dos que, no mínimo, consentiram, através do seu silêncio, com os horrores cometidos. Depois, porque é uma refelexão sobre as consequências das nossas acções, ou da sua ausência, quer no desenrolar da nossa vida, quer na dos que nos rodeiam. Levanta uma grande interrrogação: Como lidar com estas consequências e com a culpa que nos faz sentir?

Deixo aqui três trechos que me tocaram de um modo particular.

"Porquê? Por que razão, quando olhamos para trás, o que era bonito se torna quebradiço, revelando verdades amargas? Por que razão se tornam amargas de fel as recordações dos anos felizes de casamento, quando se descobre que o outro tinha um amante durante todo aquele tempo? Por que não era possível ter sido feliz numa situação assim? Contudo, fomos felizes! Por vezes, quando o final é doloroso, a recordação trai a felicidade. Por que é que a felicidade só é verdadeira quando o é para sempre? Por que é que só pode ter um final doloroso quando já era doloroso, ainda que não tivéssemos consciência disso, ainda que o ignorrássemos? Mas uma dor inconsciente e ignorada é uma dor?"


"Revisão! Rever o passado! Nós, os estudantes do seminário, víamo-nos como os pioneiros da revisão do passado. Queríamos abrir as janelas, deixar entrar o ar, o vento que finalmente faria redemoinhar o pó que a sociedade deixara acumular sobre os horrores do passado. Iríamos zelar para que se pudesse respirar e ver. Também nós não confiávamos a sabedoria dos juristas. Parecia-nos evidente que deria haver condenações. E também achávamos claro que só aparentemente se tratava de um julgamento de um qualquer guarda ou esbirro de um campo de concentração. Quem estaria a ser julgada naquele tribunal era a geração que se serviu dos guardas e dos esbirros, ou que não os impediu, ou que pelo menos não os marginalizou omo deveria ter feito depois de 1945. E o nosso processo de revisão e esclarecimento pretendia ser a condenação dessa geração à vergonha eterna."


" As camadas da nossa vida repousam tão perto umas das outras que no presente adivinhamos sempre o passado, que não está posto de parte e acabado, mas presente e vivido. Compreendo isto. Mas por vezes é quase suportável. Talvez tenha escrito a história para me livrar dela, mesmo que não o consiga."

em "O Leitor" de Bernard Schlink

domingo, 5 de julho de 2009

ESTA NOITE

Esta noite,
o vento não me trouxe o murmúrio das folhas,
nem o pio do cagarro.
Esta noite
o vento trouxe-me notícias do meu amor.
Sussurou-me palavras ao ouvido.
Vinham de longe, tão longe...
O meu amor tem uma dor
Acho que é no peito.
Estendo a mão, mas...
o meu amor está longe, tão longe...