sábado, 6 de fevereiro de 2010

(IN)DECISÕES

"Penso, chego a um resultado, fixo-o numa conclusão e apercebo-me de que a acção é algo de independente, algo que pode seguir a conclusão, mas não necessariamente. (...) Não quero dizer que o pensamento e a decisão não tenham alguma influência na acção. Mas a acção não decorre só do que foi pensado e decidido antes. Surge de uma fonte própria, e é tão independente como o meu pensamento e as minhas decisões."
em "O Leitor" de Bernhard Schink

Se lesse esse texto há um par de anos, no tempo em que o meu universo era um todo congruente, discordaria dele por inteiro. Mas este meu mundo desmoronou-se. Perdi as certezas e os sonhos, perdi a pessoa que um dia fui, pelo menos grande parte dela. Descobri, com custo, que a razão e o coração nem sempre apontam no mesmo sentido e que quando isso sucede é difícil a acção ser concordante com as decisões tomadas. Será correcto dizer decisões? Não deveria dizer antes indecisões? Porque a decisão deverá ter um peso suficientemente forte capaz de induzir a acção. Quando a decisão vai contra aquilo que desejamos, a acção não irá ao seu encontro?

4 comentários:

Há.dias.assim disse...

A indecisão é já por si uma decisão Só que ás vezes é uma forma cobarde de tomar a decisão mais dolorosa.
Bom fim de semana

sani disse...

Ai meu deus, este tema dava uma dissertação... logo agora que eu stou com uma(in)decisão. Ter um indesição implica sempre tomar uma decisão que está intimamente ligada a uma acção!!!
Bjocas
Sani

Maria disse...

Não sei se perdeste a pessoa que um dia foste. Acho que é mais adequado dizer-se que mudamos, porque vamos sempre crescendo com a experiência da vida.
Se a razão e o coração apontassem sempre na mesma direcção seria tudo tão previsível... assim vamos temos surpresas, de vez em quando...

Um beijo

CarlaSofia disse...

Vim deixar uma flor. Espero que já tenhas decidido o que tinhas de decidir.
beijocas