segunda-feira, 21 de janeiro de 2008


Mar que me embalas
No berço das tuas marés,
Como uma mãe
Recusando-se libertar o filho,
Envolvendo-o então num abraço
Cheio de carinho e possessão.
Não te esqueças que ainda não esqueci
que no meu Sangue corre Fogo!

Dor que permaneces na alma:
Porque não te leva o vento
para outras paragens?
Que dor levou o vento para outars paragens?
Mar e silêncio
Ao meu redor,
Enquanto o Inverno
Desce o seu agasalho sobre mim.

Os meus olhos entreabertos
Aguardam pelo erguer do Sol
E emocionam-se com a brisa fresca,
Que traz recordações da infância
De que o corpo não se recorda.

Olho para o horizonte
E encontro o meu lugar:
Entre a terra e os céus,
À medida que os barcos se despedem.

in Poemas anónimos de Luís Couto







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