Realização e Argumento: Sofia Coppola.
Elenco: Bill Murray, Scarlett Johansson, Giovanni Ribisi, Anna Faris.
Nacionalidade: EUA/Japão, 2003.
Pegando no título original, Lost in Translation faz-nos realmente sentir perdidos na tradução. Não a tradução entre o inglês e o japonês, um jogo que nos dá alguns dos momentos mais divertidos; mas a tradução entre o mundo e cada um de nós como parte desse todo. O sentimento de inadequação e desgarramento não está dependente da acção se desenrolar em Tóquio, mas do facto de se terem esquecido de dar a Charlotte e a Bob um dicionário que os ajude a compreender esse idioma estranho com que o mundo e a sociedade lhes falam. A não comunicação de ambos com os seus respetivos parceiros evidencia isso mesmo: o marido fotógrafo de Charlotte basicamente esquece-se dela durante todo o dia, e Bob encontra-se bastante mais longe da sua companheira que os quilómetros que fisicamente os separam.
Mas, no fim, fica a vontade de não encontrar sequer esse papel pré-definido, a vontade de inventar o seu próprio caminho, a sua própria linguagem que, num segredo sussurrado, deixa o espectador a procurar no seu íntimo o desfecho da história, a explicação.
Custa classificar este filme como comédia. Sim, sorrimos muitas vezes, e uma gargalhada ou outra será inevitável, mas a tristeza está tão impregnada nos silêncios e nos olhares que é difícil não repararmos nela. Um pouco como o contraste de cor entre a Tóquio de noite, com os seus garridos néons, os seus ensurdecedores karaokes, e animação descontrolada; e a Tóquio de dia, de cores suaves de pastel esbatido, de uma cidade que se cala para trabalhar e se fecha num quarto de hotel.
O ritmo do filme é como uma respiração, acompanhando a exasperação e o cansaço dos personagens, a sua euforia e a sua descoberta, em duas interpretações magistrais, de contenção expressiva, por parte de Scarlett Johansson, uma das actrizes do ano, e a comicidade trágica de Bill Murray, num dos seus melhores registos de sempre.
Na identificação de um momento, o elemento que os une (a nacionalidade, o idioma comum, a estranheza do contexto) serve de ajuda a essa busca de um sentido que, naquela semana, parece resumir a preocupação de toda uma vida. E assistimos à construção, em pequenos detalhes, de um amor que é identificação, compreensão, aceitação. Um sentimento que não precisa de tradução. E como completa a voz de Brian Ferry, no momento mais emotivo do filme: “More than this, there is nothing…”.
Extraído de: http://cinerama.blogs.sapo.pt/71567.html
Do filme, que vi ontem retive a frase:
"The more you know who you are and what you want, the less things upset you."
9 comentários:
"Mergulhada no meu mundo,
Onde o lúgubre da noite é o meu refúgio,
e se entranha na pele…
Sinto as sombras deambular
Pelo teu sentir.
Cega
Sigo os teus conselhos,
Piso o tempo e o espaço,
Chorando as palavras
Banhadas de dor."
Bom fim de semana!
Beijo
Que palavras de sábias!!Quando não vale uma boa dose de ingnirância!!
Beijos
Sani
Adorei o filme.
Bjs
Vi o filme mas (ainda) não sei se gostei... no seu todo, claro.
Beijos.
Indefinição do ser ou daquilo que somos e que queremos, mas que evitamos porque nem tudo pode ser.
beijo
Não vi o filme...deve ser bom...
Doce beijo
Vi o filme há adorei.Não me lembro da frase que realças, mas é fantástica.
Beijinhos linda Sunshine
Este filme é brilhante... lembro como se fosse hoje o dia que o vi no cinema.. uma tarde chuvosa de domingo...
Ele definitivamente nos faz pensar e é disso que gosto...
E aproveitando vim te convidar:
Venha conferir o início de tudo.
Venha sentir o gosto dos meus...
Traga também os seus.
O antigo blog O AveSSo dA ViDa agora se chama dogMas.
dogMas...
dos atos, fatos e mitos...
http://do-gmas.blogspot.com/
Beijos com Essências.
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