segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Pilhas Duracell






"E não sinto que me tenhas enganado quando prometeste amar-me eternamente: só quando a eternidade do teu amor expirou é que deixaste de me amar. Cumpriste. Mas tenho pena, acho uma grande maçada, lamento imenso, que as eternidades não venham aos pares. Ou melhor, que a eternidade de dois corações se funda num só, comum, que era para evitar a situação desagradável - sem grande piada, desnecessária - de expirar uma e a outra continuar a bater tambores como naqueles anúncios de pilhas: o amor é eterno enquanto dura e o meu dura, dura, dura muito para lá da eternidade do teu. Sabes, é curioso como pressinto o desfasamento das eternidades, muito antes de elas serem óbvias: no teu caso, comecei a cheirar-te a distância com a mesma facilidade com que dantes te cheirava os cabelos - ela a proximar-se e eles a afastarem-se."

de António Gregório em Uma história de desamor treze vezes.

5 comentários:

Moira Encantada disse...

felizmente, segundo o mesmo genial escritor, a eternidade é-nos servida às fatias, senão não havia travessa que a comportasse...
beijinhos!

Sunshine disse...

Então não me resta saber qual a próxima fatia que me está reservada.
beijinhos
P.S. Olha que a próxima a ser citada és tu!

Moira Encantada disse...

nunca sabemos que fatia nos está reservada, ou sequer se está... o melhor mesmo é comer, deliciadas, a fatia de da eternidade presente. :)
vais citar-me em quê...? lol

beijos

Manuel Damas disse...

Passei, apenas para deixar um beijinho enorme e solidário.

Sunshine disse...

Acho que o professor tem um dom especial: consegue estar em todos os sítios ao mesmo tempo.
beijinho de gratidão pelo abanão.